O Subprojeto Bonito, Ecologia e Socioeconomia da Pesca de Katsuwonus pelamis, na costa do Rio de Janeiro, visando a avaliação de estoque, o manejo sustentável e sua utilização na alimentação escolar foi realizado pela Fundação de Apoio à Universidade do Rio Grande (FAURG) em conjunto com a Universidade Federal Fluminense (UFF).
Desenvolvido entre setembro de 2016 e outubro de 2020, o Subprojeto teve como principal objetivo gerar conhecimento científico sobre as dimensões ecológica, social e econômica da pesca do bonito-listrado (Katsuwonus pelamis), considerado um recurso pesqueiro chave para o estado do Rio de Janeiro, visando subsidiar o manejo da espécie e avaliar o seu potencial uso na alimentação escolar.
Por que fazer?
No Brasil, historicamente, existem poucos trabalhos científicos sobre a viabilização da pesca e o processamento de espécies alternativas às tradicionalmente capturadas. Poucos estudos têm sido dedicados a pescarias que causam baixo impacto às populações exploradas, como é o caso da pescaria do bonito-listrado (Katsuwonus pelamis), realizada com vara e isca viva.
A espécie bonito-listrado é cosmopolita pelágica e migratória de grande importância comercial, com produção global crescente nas últimas décadas e matéria-prima das indústrias de conserva. Sua produção média está em torno de 5.000 t/ano na última década, ocupando a terceira posição em volume desembarcado no estado do Rio de Janeiro.
As capturas são principalmente realizadas por embarcações de vara e isca-viva (90%), especialmente entre o verão-outono, onde são usados caniços para a captura dos peixes que são atraídos com a liberação de pequenos peixes pelágicos, predominantemente manjubas e juvenis de sardinha.
A Instrução Normativa IBAMA nº 16, de 2009, permite que a frota de vara e isca-viva utilize a sardinha-verdadeira abaixo do tamanho mínimo de captura como isca para a pesca do bonito-listrado. Porém, durante o período de defeso da sardinha-verdadeira, a frota que captura o bonito-listrado é obrigada a utilizar outras espécies de sardinhas e manjubas como isca. Como a sardinha-verdadeira é a isca preferencial do bonito-listrado, parte das embarcações reduz suas atividades e aproveitam o período para realizar manutenções.
As observações dos movimentos do bonito-listrado mostram que a costa do Rio de Janeiro parece ser o limite norte de distribuição da espécie. No entanto, poucos dados estão disponíveis sobre o bonito no período do defeso da sardinha, que coincide, justamente, com período de abundância do bonito na costa do Rio de Janeiro, durante seu ciclo migratório. Neste sentido, é fundamental ampliar o conhecimento sobre a distribuição e abundância do bonito-listrado na costa do estado no intuito de contribuir para o manejo da pesca dessa espécie.
Em suma, este subrojeto pretendeu desenvolver uma análise integrada sobre o bonito-listrado, envolvendo desde a dimensão ecológica da espécie, passando pelos aspectos sociais e econômicos da sua cadeia produtiva, até a análise da potencialidade deste pescado na alimentação escolar no Estado do Rio de Janeiro.
Como foi realizado?
Entre as principais atividades desenvolvidas de acordo com cada objetivo específico, se destacam:
Principais resultados:
A realização dos projetos Apoio a UCs, Conservação da Toninha, Educação Ambiental e Pesquisa Marinha e Pesqueira é uma medida compensatória estabelecida pelo Termo de Ajustamento de Conduta de responsabilidade da empresa PRIO,
conduzido pela Ministério Público Federal – MPF.
O objetivo desse site é permitir que todas as pessoas, direta ou indiretamente, beneficiadas pelos projetos, bem como a sociedade em geral, sejam informadas sobre a aplicação desses recursos e conheçam os resultados que estão sendo alcançados por meio dos projetos.