Compromisso e luta pela conservação dos manguezais

Com apoio do Projeto Educação Ambiental, a Associação de Caranguejeiros e Amigos dos Mangues de Magé (ACAMM) promove uma série de ações em defesa dos manguezais na Baía de Guanabara, onde se encontram alguns dos ecossistemas mais bem preservados do Rio de Janeiro. 

Os manguezais desempenham um papel crucial na conservação da biodiversidade, atuando como barreiras naturais que protegem as áreas costeiras da erosão e mitigam os efeitos das mudanças climáticas. Além de suas funções ecológicas, esses organismos aquáticos são fundamentais para a geração de renda e proporcionam fontes de subsistência para comunidades costeiras e ribeirinhas, destacando sua importância tanto ambiental quanto socioeconômica.

Com 250 associados, a Associação de Caranguejeiros e Amigos dos Mangues de Magé (ACAMM) se destaca na preservação dos manguezais remanescentes da Baía de Guanabara, os mais bem conservados do estado do Rio de Janeiro. Com o apoio do Projeto Educação Ambiental, gerido pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO), a ACAMM desenvolve o Subprojeto Recanto dos Pescadores com o objetivo de revitalizar as instalações físicas e aprimorar a infraestrutura da sede.

Fortalecimento da Infraestrutura e Engajamento Comunitário

Para melhorar o funcionamento da associação e oferecer um atendimento mais eficiente à comunidade e aos turistas, a cozinha, chamada “Cozinha Caranguejeira”, foi reformada, e a construção da sede foi concluída. Rafael Santos Pereira, líder da ACAMM, descreve este novo espaço como “a Casa do Pescador”.

“Os últimos recursos recebidos nos permitiram realizar um sonho antigo: reforma da cozinha e término da construção da nossa sede. Agora temos um local para nos reunir e estabelecer diálogos com as comunidades pesqueiras ao redor da Baía, articulando ainda ações em defesa dos manguezais locais”, destaca Rafael.

A conquista de melhorias na gestão administrativa com destaque à regularização de cadastros de pescadores associados também foi possível a partir dos recursos oriundos do Projeto Educação Ambiental, favorecendo a proteção da biodiversidade e dos manguezais locais.

“Antes do projeto tínhamos um número muito pequeno de pescadoras e pescadores documentados, com o início do apoio esse número quase que quadruplicou. Hoje afirmo que temos uma estrutura eficiente para atender a comunidade pesqueira. Só neste ano, conseguimos emitir mais de 50 RGPs (Registro Geral da Pesca) e já emitimos vários documentos de embarcações”, conta Jairo Corrêa dos Santos, que administra a ACAAM em parceria com o Rafael.

Avanços em práticas sustentáveis colaboram para a sobrevivência dos manguezais

De acordo com o Portal da  o Brasil possui a segunda maior área de manguezais do mundo, além da maior floresta contínua desses ecossistemas. Os manguezais são vitais para combater as mudanças climáticas, pois, apesar de representarem menos de 1% das florestas tropicais globais, desempenham um papel crucial no sequestro de carbono.

A conservação dos manguezais é vital para a continuidade da pesca artesanal, que depende diretamente da saúde desses ambientes. “A preservação dos manguezais para nós pescadores é tudo”, afirma Rafael. Ele ainda ressalta que o fortalecimento administrativo e econômico da ACAMM é fundamental para garantir que as gerações futuras também possam usufruir desses recursos naturais.

“Para ampliar a nossa atuação, precisamos fortalecer a representatividade e melhorar os processos organizacionais da ACAMM, favorecendo a construção de uma autogestão que garanta a continuidade dos projetos”, pontua Rafael. Neste contexto, a associação também investe na assistência em direitos básicos dos colaboradores, como aposentadoria, auxílio-doença e auxílio-acidente.

Atualmente, a atuação da ACAMM, composta de pescadores (as) e caranguejeiros (as), trabalhadores (as) do mar e do mangue, estende-se do 4º distrito de Magé, ao longo do Rio Suruí, até os municípios de São Gonçalo, Niterói, Caxias e Guapimirim.

 

Foto: Rafael Santos/Acervo ACAMM