Após seis anos fechado ao público, o Museu Nacional/UFRJ reabre parcialmente suas portas até 31 de agosto com a programação especial “Entre Gigantes”. E desta vez, traz um destaque grandioso que salta aos olhos logo na chegada: o maior esqueleto de cachalote macho da América do Sul, com 15,7 metros de comprimento, suspenso sob a nova claraboia do Paço de São Cristóvão. A exposição é gratuita e fica aberta de terça a domingo entre 9h e 18h, com limite de entrada até 15h.
“A observação do cachalote é resultado de um trabalho especializado de restauro e preparação do material biológico que durou cerca de dois meses”, explica Gabriela Evangelista, Coordenadora de Comunicação do Museu.
Para chegar até o museu, o cetáceo venceu 2.879 km, viajando de caminhão do Ceará até o Rio de Janeiro em uma jornada que durou cinco dias. Contudo, a história começa há uma década, em janeiro de 2014, quando o animal encalhou na Praia de Curimãs (CE) e não resistiu. Após a morte, ONGs locais e a prefeitura de Barroquinha (CE), resgataram o animal e o enterraram longe da arrebentação para preservar seus ossos. Anos depois, em 2020, o esqueleto foi cuidadosamente desenterrado, limpo e preparado, antes de seguir para o Museu Nacional.
A operação complexa e simbólica marca o renascimento do acervo de Biologia Marinha do museu após o incêndio de 2018. A jornada do cachalote, Physeter macrocephalus, que vem do grego e significa, “cabeça grande com narinas”, contou com o apoio do projeto Pesquisa Marinha Pesqueira, gerido pelo FUNBIO.
Agora, o museu está lançando uma campanha para que a população escolha um nome para o cachalote, “o maior da América do Sul a ser exibido”, pesando cerca de três toneladas, segundo Gabriela.
Uma viagem pela natureza
Dividida em três setores, a “experiência sugere uma trilha que articula natureza, patrimônio e arte”. No início, exemplares de uma coleção de meteorítica já indicam a viagem grandiosa da visita. Seguindo pela escadaria monumental, o cachalote causa impacto nos visitantes pelo tamanho. Já a terceira e última sala é dedicada à história do Museu e sua reconstrução.
Até agora o museu já recebeu mais de 30 mil visitantes, desde a reabertura, o que mostra a relevância de oferecer experiências que fomentam a conservação da biodiversidade e promovem educação ambiental.
A iniciativa é parte dos esforços do FUNBIO para apoiar a recomposição do acervo marinho do museu. Além da logística do esqueleto do cachalote, o Projeto Pesquisa Marinha e Pesqueira contribui também para a construção do novo Laboratório de Taxidermia, o primeiro da América do Sul com foco expositivo. Um espaço essencial para que peças icônicas como essa possam continuar encantando futuras gerações.
Leia mais: Um museu de novidades
VISITE O MUSEU NACIONAL
O quê? Exposição “Entre Gigantes”;
Quando: terça a domingo, até 31 de agosto;
Horário: entrada das 10h00 às 15h00, limite de funcionamento até 18h00;
Ingresso: gratuito, por meio de fila de espera no local (a retirada de ingressos na plataforma Sympla esgotou em 48 horas).
Foto: Diogo Vasconcellos