A pescadora que integra o projeto Mulheres em Ação, apoiado pelo FUNBIO, foi premiada na 2ª edição do Prêmio Mulheres das Águas, promovido pelo Ministério da Pesca e Aquicultura.
Mulher, pescadora e filha de pescador, Margareth Julião, de 63 anos, construiu uma história de vida dedicada ao mar, buscando unir a pesca ao empoderamento feminino. Recentemente, a pescadora, foi uma das vencedoras do Prêmio Nacional Mulheres das Águas, na categoria “Pesca Artesanal Marinha”. A cerimônia de premiação ocorrerá no dia 19 de março, em Brasília.
Margareth é uma das idealizadoras da Cooperativa de Mulheres Produtoras da Pesca Artesanal e de Plantas Nativas da Região dos Lagos, de Arraial do Cabo, e lidera a iniciativa Mulheres em Ação, que conta com o apoio do Projeto Educação Ambiental sob gestão do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO).
O Prêmio é uma iniciativa promovida pelo Ministério da Pesca e Aquicultura, que recebeu mais de 200 inscrições de todos os estados brasileiros, além do Distrito Federal, abrangendo 10 categorias distintas.
“Desde cedo, a pesca sempre foi uma parte essencial da minha vida. Sou mãe de dois filhos e, atualmente, trabalho em uma cooperativa inovadora, formada exclusivamente por mulheres com 60 anos ou mais. Por isso, afirmo com convicção: este prêmio não é apenas meu, mas de todas nós, mulheres que lutam por maior representatividade, espaço e inclusão em um ambiente predominantemente masculino”, destaca Margareth.
Prêmio Mulheres das Águas
Neste ano, a segunda edição do Prêmio Mulheres das Águas homenageou 10 histórias inspiradoras de mulheres dos setores pesqueiro e aquícola de todo o Brasil. Além da categoria Pesca Artesanal Marinha, a premiação teve categorias como: Pesca Artesanal – Águas Continentais, Pesca Industrial – Indústria do Pescado, Pesca Amadora e Esportiva, Aquicultura Marinha, Aquicultura Continental, Pesca e Aquicultura de Peixes Ornamentais, Pesca e Aquicultura em Águas Estuarinas, Pesquisa e Gestão Pública ou Privada.
O prêmio reconhece as trajetórias dessas mulheres, que trabalham em prol da diversidade e do protagonismo feminino, baseando-se em suas histórias de superação e transformação de vidas. Além disso, o concurso valoriza ações comprometidas com a promoção da sustentabilidade e o fortalecimento dos setores pesqueiro e aquícola.
Mulheres Nativas
Com uma equipe de 9 pescadoras, a cooperativas Mulheres Nativas dedica-se, atualmente, não apenas à prática pesqueira, mas também à administração de um restaurante, que funciona como um ponto de turismo comunitário para atendimento ao público e comercialização de pratos típicos da região. No local, são oferecidos frutos do mar, como peixe com pirão, peixe seco com banana e lasanhas de camarão e lula.
A cooperativa também foi reconhecida em premiações internacionais, com destaque ao Prêmio “Saberes e Sabores”, concedido pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO/ONU), em 2019, além de conquistar o segundo lugar no concurso “Mulheres Rurais, Espanha Reconhece” (2023).
Desde 2019, a cooperativa integra o Conselho da Reserva Extrativista Marinha do Arraial do Cabo, onde defende a importância da pesca artesanal e a proteção da biodiversidade para a garantia da qualidade de vida, subsistência e sustentabilidade.