No Dia Nacional da Toninha, celebrado em 1º de outubro, destaca-se a importância desse pequeno e tímido golfinho, para o equilíbrio da biodiversidade marinha, considerado o mais ameaçado do Atlântico Sul, o Projeto Conservação da Toninha reestimou uma população com cerca de 25 mil indivíduos remanescentes no Brasil e foi essencial na luta pela conservação da espécie.
A partir de recursos do projeto, fruto de uma medida compensatória estabelecida pelo Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) do Campo de Frade, foram realizados estudos que apontaram que há aproximadamente de 1.183 toninhas no Espírito Santo e 1.521 animais vivos no Rio de Janeiro.
O projeto também conseguiu registrar uma população inédita de toninhas na Baía da Ilha Grande (RJ), até então desconhecida pelos pesquisadores. Além disso, por meio de apoio do projeto, foi criado do primeiro Museu Virtual das Toninhas do Brasil. A plataforma reúne informações científicas sobre a ecologia, biologia e alimentação da toninha.
“Este museu é uma verdadeira inovação e tem atraído um público significativo, com mais de 94 mil visitantes, desde 2021, quando foi implementado. Estamos muito felizes em promover a conscientização sobre essa espécie tão pouco conhecida. Este pequeno golfinho, que habita águas mais turvas, desde o extremo sul do Brasil até o norte do Espírito Santo, merece mais reconhecimento”, destaca José Lailson Brito, coordenador do Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores (Maqua), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), responsável pela iniciativa.
“Com exposições interativas, contribuímos para a educação ambiental e a preservação desta espécie. O impacto positivo do museu é resultado do apoio do FUNBIO”, conclui José Lailson. É possível navegar pelo Museu das Toninhas, clicando aqui.
O projeto também desenvolveu um infográfico com um mapa interativo e dados relevantes de pesquisas, incluindo os principais riscos de extinção, locais de ocorrência e áreas com maior mortalidade. Além disso, o infográfico oferece atalhos para acessar diretamente o museu e um podcast sobre o tema. Conheça o infográfico interativo na íntegra aqui.
Embasado no Plano de Ação Nacional (PAN) da Toninha, do Governo Federal, o Projeto Conservação da Toninha foi fundamental para transformar o cenário desfavorável para a espécie que figura na Lista Nacional Oficial De Espécies Da Fauna Ameaçadas De Extinção, sendo classificada como “Criticamente em Perigo” (CR).
Promovendo ações colaborativas para a conservação
Ao longo de sete anos, o Projeto Conservação da Toninha realizou 26 oficinas e reuniões com pesquisadores, representantes da pesca artesanal, gestores ambientais e pescadores de diversas regiões do país, visando ampliar o mapeamento de áreas e desenvolver estratégias para a conservação desses animais marinhos.
Essas iniciativas contaram com a participação de 102 colaboradores e 696 pessoas entrevistadas, promovendo pesquisas científicas, melhorias no monitoramento e identificação dos riscos socioambientais associados à mortalidade das toninhas, além de propostas para a sua conservação. O projeto também divulgou publicações científicas, reportagens e conteúdo em redes sociais.
Para garantir a manutenção da biodiversidade e favorecer a reprodução e sobrevivência desses cetáceos, o Projeto Conservação da Toninha recomenda a adoção de hábitos de consumo consciente, a valorização da pesca artesanal praticada de forma sustentável, o fomento à pesquisa científica, investimentos em tecnologias de monitoramento e a implementação de leis e políticas públicas voltadas ao desenvolvimento sustentável.
Crédito da imagem: GEMARS