SUBPROJETO:
MONITORAMENTO AÉREO NA FMA I

O que é o Projeto?

O Subprojeto “Abundância e distribuição da Toninha na Área de Manejo I (FMA I) por Monitoramento Aéreo”, conhecido apenas como “Monitoramento Aéreo realizado entre 2016 e 2020 pelo Grupo de Estudos de Mamíferos Aquáticos do Rio Grande do Sul (GEMARS) para avaliar a situação da população de toninhas que habitam áreas do Espírito Santo e do norte do Rio de Janeiro chamada de FMA I 

O monitoramento aéreo das toninhas representa uma importante ferramenta para avaliação da população da espécie e estimar a densidade e a abundância da toninha no Espírito Santo e no Rio de Janeiro. Ele permite refinar os fatores de correção para estimativas aéreas e avaliar e apurar a distribuição e uso de habitat pela espécie na FMA I.

Por que fazer?

Já está comprovado que os grupos de toninha, que existem no ES e no RJ, são bastante vulneráveis por estarem isolados geograficamente das demais populações de toninhas da costa brasileira. Além disso, apresentam uma baixa densidade demográfica e são muito prejudicadas pelas capturas incidentais em redes de pesca, que acontecem nesta região. Por isso, a importância de realizar o monitoramento aéreo, permitindo que os pesquisadores a bordo, observassem e registrassem as toninhas, quantificando e localizando as áreas onde elas ocorrem com mais frequência.

Como foi realizado este monitoramento aéreo?

Foram realizadas um total de 44 horas de voo, incluindo o deslocamento da aeronave entre Porto Alegre, RS e Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro. No total, foram percorridos 2.050 km e realizadas 16 horas de observação a bordo. As atividades de observação por meio do Monitoramento Aéreo foram realizadas com apoio de um consórcio de instituições parceiras, coordenadas pelo GEMARS.

Principais resultados:

As pesquisas apresentaram resultados relevantes, com informações fundamentais para a realização das ações de conservação da toninha no Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Confirmaram, inclusive, a presença de intervalos na distribuição geográfica das duas populações de toninhas existentes na FMAI.

No litoral do ES, verificou-se que as toninhas estão isoladas dos demais grupos da espécie, por uma distância de 200 km e que, no inverno, um maior número de animais frequenta águas mais profundas, enquanto no verão, utilizam águas costeiras, não passando de 8 km da costa. Essa população de toninhas utiliza uma área restrita entre Santa Cruz e Conceição da Barra, com uma grande concentração (50% de toda a população) na foz do Rio Doce, identificada, portanto, como área prioritária para a conservação desta espécie. 

Os sobrevoos registraram 14 grupos de toninhas na costa do ES. Esses são os primeiros registros da espécie nesta área em um levantamento aéreo dedicado, representando uma considerável contribuição ao entendimento da distribuição da espécie. Os grupos de toninha foram registrados entre as localidades Barra do Riacho e São Mateus, localizados na região norte do estado e 90% deles foram detectados em águas de até 9 km da costa. A área de ocorrência da toninha identificada é bastante reduzida, cerca de 1.500 km2.

Já no litoral norte do Rio de Janeiro, foi possível observar que 50% e 70% da população habitam águas na distância de 3,5 km e 5,5 km da costa, respectivamente. As toninhas ocorrem desde Carapebus até Atafona, em São João da Barra, e a área prioritária para a sua conservação fica entre o centro do Parque Nacional de Jurubatiba, em Macaé, e o Cabo de São Tomé, no município de Campos dos Goytacazes, localizado no Norte Fluminense

Recomendações para a conservação da Toninha na FMA I

Durante encontro organizado pelo Grupo de Estudos de Mamíferos Aquáticos do Rio Grande do Sul (GEMARS), que aconteceu em Porto Alegre/RS, em 2020, foram feitas recomendações para a conservação da toninha no ES e RJ:

  • Destacou-se a importância da realização de ações de fiscalização, por parte dos órgãos responsáveis, com especial atenção nos critérios e padrões que orientam a pesca praticada com o emprego de redes de emalhe nas águas e que estão definidos na INSTRUÇÃO NORMATIVA INTERMINISTERIAL MPA/MMA n.º 12, de 22 de agosto de 2012/INI n.º 12/2012.
  • Monitorar o real cumprimento do que está definido na INI n.º 12/2012
  • Promover o monitoramento pesqueiro para obter informações sobre as capturas incidentais de toninha.
  • Desenvolver equipamentos de pesca e tecnologias que reduzam os impactos causados pela captura incidental de toninhas durante a pesca.
  • Direcionar recursos provenientes de compensação ambiental para financiar ações de conservação da toninha no ES e RJ.
  • Incluir ações integradas com o PAN Toninha e com as ações específicas de conservação definidas, nos Planos Básicos Ambientais – PBA de empreendimentos realizados nas áreas onde vivem as toninhas.

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