Subprojeto:
AMAV Surf do Aventureiro

SUBPROJETO ESCOLINHA CAIÇARA DE SURF DO AVENTUREIRO

A Escolinha Caiçara de Surf do Aventureiro é um Subprojeto socioambiental, realizado pela Associação de Moradores e Amigos do Aventureiro (AMAV), com o apoio do Instituto Estadual do Ambiente (INEA).

Por iniciativa da Comunidade Tradicional Caiçara da Praia do Aventureiro, localizada em uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável, na Ilha Grande, município de Angra dos Reis no Estado do Rio de Janeiro, foi criada, em setembro de 2019, a Escolinha de Surf para incentivar a prática de esportes.

A Escolinha que, em sua fase inicial, contou com a doação de equipamentos, tem como objetivos específicos qualificar jovens locais como instrutores de surf, promover a educação ambiental, a valorização da cultura caiçara e o apoio à unidade de conservação local, por meio da participação de seus alunos nos manejos de trilhas, sinalização e mutirões de limpeza de praia.

A partir de 2021, tem início o Subprojeto Escolinha Caiçara de Surf do Aventureiro, fruto da iniciativa de apoio emergencial previsto pelo FUNBIO, no contexto da pandemia da Covid 19, visando garantir e fortalecer as atividades da Escolinha, além de contribuir para a superação de problemas de saúde mental e econômicos gerados pela pandemia, já que o turismo, uma das únicas atividades permitidas no local por estar dentro de uma reserva ambiental, foi suspenso devido a necessidade de isolamento social. Sua meta: atingir 70% de toda comunidade do Aventureiro.

Foram realizadas aulas particulares de surf e eventos voltados para melhoria das condições ambientais, do bem-estar social e, consequentemente, da qualidade de vida dos moradores. Além disso, para ampliar a geração de renda local, as mulheres da comunidade foram contratadas para produzir lanches para os alunos da Escolinha

Por que continuar o Subprojeto?

A localização isolada da Praia do Aventureiro, o difícil acesso e a falta de políticas públicas, voltadas ao esporte e à educação ambiental na comunidade, impõem limites às crianças e jovens, moradores do local, ao acesso a uma atividade esportiva orientada e a uma educação ambiental transformadora que valorize sua cultura tradicional de influência indígena e caiçara, que contribua inclusive para a preservação do próprio local.

A Ilha Grande, onde a Praia do Aventureiro está localizada, possui 193 km², cerca de 10 mil habitantes e um dos maiores índices de biodiversidade do estado, o que a torna um dos destinos turísticos mais importantes de todo o estado do Rio de Janeiro.

Na Praia do Aventureiro, localizada ao sul da Ilha Grande, vivem cerca de 100 pessoas, sem luz elétrica e sem sinal de telefone, cujo acesso é restrito. Na comunidade, funciona uma escola multisseriada, que atende apenas ao Ensino Fundamental, e a maioria das casas possui gerador ou placa solar.

Seus moradores viviam da pesca artesanal e de pequenas roças de subsistência até a década de 90. Porém, com a criação da Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul e de outras legislações e portarias de caráter ambiental, essas atividades foram proibidas, praticamente, em toda a ilha, forçando as famílias caiçaras a venderem suas terras ou se adaptarem ao crescimento da demanda turística regional, que hoje é sua principal fonte de renda.

Como foi realizado o Subprojeto?

As atividades executadas para atender aos objetivos do Subprojeto incluíram: aquisição de bens, equipamentos, de produtos e de uma sede para a Escolinha de Surf; planejamento e realização de aulas de surf semanais para as crianças e adolescentes da Comunidade do Aventureiro; realização de eventos como Campeonato de Surf, Cinema para Comunidade, Confraternização de Surf Caiçara e Dia das Crianças; eventos educacionais na Semana do Meio Ambiente (plantio de mudas nativas, mutirão de limpeza da praia, cinema, gincana e caça tesouro); qualificação de jovens locais como instrutores de surf; contratação das mulheres da comunidade para a produção de lanches para os alunos; construção de um parquinho de madeira para o desenvolvimento da coordenação motora das crianças e auxílio nos treinos da Escolinha de Surf e da escola local.

Principais resultados

Apesar de se constituir como experiência emergencial, o Subprojeto já apresentou desdobramentos.

· Toda a comunidade se envolveu, e foi beneficiada com atividades esportivas e educacionais, através da formação de instrutores e da contratação de agentes comunitárias para preparação dos lanches, prestação de serviços de frete de barco e da montagem dos equipamentos da escolinha.

· O Campeonato de Surf rendeu boas parcerias e a possibilidade de um Circuito de Surf a ser realizado em Angra dos Reis.

· Houve um resgate e valorização da cultura caiçara. A partir das atividades que tratavam da cultura local, os alunos demonstraram interesse em aprender técnicas de pesca, de canoa caiçara e artesanato tradicional, como fazer balaio e barquinhos de madeira, por exemplo.

· O aumento do interesse das mulheres da comunidade pela prática de atividades físicas. O Subprojeto contribuiu com a organização de aulas de ginástica e dança, em encontros semanais com a participação de 24 mulheres. Esta atividade não estava, originalmente, prevista no subprojeto e muito colaborou para a união das comunitárias.

Como era o objetivo, ampliou sua autonomia com as aquisições e ações que podem ser assim listadas:

· Aquisição dos equipamentos de surf necessários, incluindo uma instalação para a guarda do equipamento/material.

· Construção do deck para a sede e dos racks para as pranchas.

· Realização de Campeonato de Surf com utilização de equipamento próprio.

· Aquisição de um parquinho de madeira.

· Aquisição de equipamento de TV, DVD, computador e mini Wifi para a Escola Municipal.

· Produção e distribuição de copos, camisas e bonés com a marca do subprojeto.

· Formação de 10 novos instrutores de surf.

· Realização de 13 aulas para 30 alunos.

· Contratação de 11 mulheres da comunidade para a produção de 24 lanches.

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