SUBPROJETO MULHERES ATIVAS: FORMAÇÃO COMUNITÁRIA,
CAPACITAÇÃO INSTITUCIONAL E AMPLIAÇÃO DOS SETORES
DE PESCA E COMERCIALIZAÇÃO DA COOPERATIVA
DE MULHERES NATIVAS

O que é?

O Subprojeto Mulheres Ativas: Formação Comunitária, Capacitação Institucional e Ampliação dos Setores de Pesca e Comercialização da Cooperativa de Mulheres Nativas é continuidade de “Mulheres Ativas: Pesca, Beneficiamento e Venda de Produtos da Cooperativa de Mulheres Nativas”1, medida de apoio emergencial, no contexto da pandemia do Covid-19, desenvolvido pela Mulheres Nativas – Cooperativa de Mulheres Produtoras da Pesca Artesanal e de Plantas Nativas da Região dos Lagos, no período de fevereiro a agosto de 2021, em Arraial do Cabo2.

Nessa segunda fase, o objetivo principal é consolidar as ações de geração de trabalho e renda, com foco na capacitação das cooperadas e na estruturação das atividades produtivas dos setores de pesca e de comercialização, tendo por base a economia solidária.

Por que continuar o Subprojeto?

A primeira fase do Subprojeto foi bem-sucedida em seu objetivo de gerar trabalho, formação e renda, organizando as atividades produtivas de pesca da Cooperativa. Naquele período, foi estruturada a cadeia produtiva da Cooperativa, com a criação dos setores administrativo, de pesca, beneficiamento, comercialização e divulgação. Tais setores foram ordenados, o estoque de produtos foi informatizado, foram adquiridos bens e contratado o pessoal necessário. O setor de divulgação realizou 47 ações de divulgação e e-commerce e uma média de 20 mil pessoas foram mobilizadas de forma virtual.

A atividade de pesca garantiu a aquisição de 750 kg de pescado. Foram produzidos 679 produtos beneficiados de frutos do mar e comercializados 487 produtos, presencialmente e por e-commerce3, gerando um capital de giro bruto na ordem de R$ 10.535,50.

A Cooperativa de Mulheres Nativas é um espaço feminino de deliberação democrática e de economia solidária, criada em 2014 e que hoje busca recursos materiais para continuar consolidando o papel da mulher enquanto pescadora artesanal em Arraial do Cabo. Essas mulheres têm na pesca e no beneficiamento do pescado a subsistência familiar. Porém, o trabalho hoje executado na Cooperativa não é suficiente para sequer cobrir os custos do empreendimento, pois se por um lado sobram conhecimentos de pesca e beneficiamento, por outro falta domínio dos conhecimentos administrativos, de comercialização e de gestão do empreendimento.

É necessário dar prosseguimento às estratégias de gestão estudadas na fase anterior, agora focando nas ações de capacitação das cooperadas e na estruturação das atividades produtivas dos setores de pesca e de comercialização.

Acredita-se que as oficinas de Pesca Artesanal, Cozinha de Frutos do Mar e Plantas Frutíferas Nativas de Restinga possibilitem a capacitação de 40 pessoas da comunidade nessas habilidades, podendo ser ampliado o número de cooperadas. Nessa ação, oito cooperadas estão estreando como professoras, pois apesar de atuarem há sete anos, esta é a primeira oportunidade de compartilharem os seus saberes com a comunidade.

Esse Subprojeto possibilita a geração de trabalho e renda direta para uma equipe de 24 pessoas, composta majoritariamente por mulheres. Além de fortalecer o cooperativismo no município e ampliar o número de cooperadas, essas ações promovem a estruturação financeira da Cooperativa, possibilita a capacitação das cooperadas e a futura autonomia na gestão do empreendimento, na administração, no posicionamento no mercado e a comercialização dos produtos de frutos do mar.

Outra consequência do Subprojeto é o reconhecimento da atividade pesqueira feminina como uma atividade econômica viável e lucrativa, aliando iniciativas de economia solidária ao âmbito econômico local, bem como a importante valorização, disseminação e manutenção dos saberes da pesca artesanal.

Como está sendo realizado o Subprojeto?

A metodologia e as atividades são desenvolvidas de acordo com os objetivos específicos do Subprojeto. A inspiração é a economia solidária, que diz respeito ao conjunto de atividades econômicas, ou seja, de produção, distribuição, consumo, poupança e crédito, organizadas sob a forma de autogestão5. É uma forma de economia colaborativa ao invés de competitiva e tem a pretensão de diminuir a desigualdade na sociedade.

As oficinas acontecem de forma híbrida (presencial e virtual), em parceria com o Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Espírito Santo e com o Pescarte6 (Aperfeiçoamento em Cooperativismo), Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (Plantas Frutíferas Nativas de Restinga) e Sebrae (Marketing e Vendas). A capacitação em Planejamento Estratégico, vinculada a atividades práticas, poderá facilitar, por exemplo, a busca pelos documentos de legalização da sede e incentivar a criação de uma lei municipal para incluir no cardápio escolar alimentos de frutos do mar in natura e beneficiados.

Em relação à estruturação das atividades produtivas, o Subprojeto se propõe a garantir para o setor de pesca, a compra dos produtos básicos, a aquisição do peixe e para o setor de comercialização, a estruturação com a composição de uma equipe técnica de vendas e divulgação/e-commerce, que possibilite a criação de um catálogo de clientes fixos, um ponto de vendas externo à sede e a geração de renda para manutenção da Cooperativa.

Conheça algumas das atividades do Subprojeto:

Dentre as atividades realizadas estão as oficinas presenciais de capacitação para público interno e externo sobre: Pesca Artesanal, Cozinha de Frutos do Mar e Oficina de Aperfeiçoamento em Cooperativismo. Além das capacitações e oficinas para as cooperadas (presencial e virtual) sobre Plantas Frutíferas Nativas de Restinga; composição da equipe executiva do Subprojeto com cooperadas; trainee de vendas, de mídias sociais e administração; Planejamento Estratégico para finalização do Plano de Negócios, acompanhamento virtual das ações, até a obtenção legal do terreno da sede própria e os cursos Sebrae de Marketing Digital e de Vendas.

Também estão previstas as seguintes ações: aquisição semestral de 500 kg de frutos do mar no mercado local; rotulação dos produtos, contendo as informações nutricionais dos alimentos de frutos do mar produzidos; restruturação do setor de comercialização da cooperativa; ações de doação de 20 kg da produção bimestral de alimentos de frutos do mar para instituições e comunidades locais com insegurança alimentar ou vulnerabilidade social.

Principais resultados esperados

· A formação de 60 pessoas em Pesca Artesanal, Cozinha de Frutos do Mar e Cooperativismo;

· Cooperativadas capacitadas para atuar com Plantas Frutíferas Nativas de Restinga;

· Cooperativadas capacitadas para compor a equipe executiva do Subprojeto, realizando planejamento estratégico e administração; atuando em vendas, mídias sociais e em Marketing Digital;

· Alcance de autonomia de recursos durante 12 meses em relação a todos os custos operacionais da sede e das atividades desenvolvidas;

· Garantia de aquisição semestral de 500 kg de frutos do mar no mercado local;

· Setor de comercialização da Cooperativa reestruturado e em funcionamento;

· Doação de 20 kg da produção bimestral de alimentos de frutos do mar para instituições e comunidades locais com insegurança alimentar ou vulnerabilidade social;

· Aumento do número de cooperativadas;

· Obtenção de documentos de formalização de posse da sede;

· Elaboração de proposta de lei municipal para inclusão no cardápio escolar de alimentos de frutos do mar in natura e beneficiados;

Espera-se, desse modo, contribuir para a melhoria da qualidade de vida das cooperativadas, profissionais e de toda a coletividade envolvida com o Subprojeto Mulheres Ativas, minimizando os impactos econômicos e sociais negativos, historicamente sofridos pela comunidade da pesca artesanal, agravados pela pandemia.

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